O que mudou no mercado de shows e eventos musicais no pós pandemia.
Redação: Vraau - 24/06/2022
Sim, eles voltaram. E tão fortes como nunca. Estamos falando dos festivais nacionais e internacionais de música que, para seguir as normas da OMS (Organização Mundial da Saúde), praticamente cessaram suas atividades durante esses dois anos de pandemia. Agora que os holofotes se voltaram mais uma vez para os palcos, indicações mostram que muita coisa mudou e nada será como antes, a não ser, é claro, a paixão pela música.
Como vimos em alguns dos festivais que já aconteceram no primeiro semestre deste ano, essa paixão continua retumbante. Festivais que voltaram a São Paulo, como o "Lollapalooza Brasil" - que entre os dias 25 e 27 de Março recebeu 23% a mais de pessoas que a edição de 2019 - mostraram que o público está sedento. Não só por música, mas por estar junto. E quanto aos artistas, o entusiasmo não fica atrás. Miley Cyrus, Anitta, Doja Cat, Pabllo Vittar, Emicida e Gloria Groove foram alguns dos que se apresentaram brilhantemente no festival.
Ainda neste primeiro semestre, tivemos o "QUEREMOS" no dia 28 de Maio, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro e o "MITA" (MUSIC IS THE ANSWER - MÚSICA É A RESPOSTA) que mitou mais uma vez em São Paulo e no Rio entre os dias 14 e 22 de Maio.
Reconhecendo a importância do momento, alguns artistas inclusive prepararam projetos novos e inusitados, como o duo da Pitty com o Nando Reis no projeto da turnê "Pittynando" que teve sua estreia oficial no festival João Rock, no dia 11 de junho em Ribeirão Preto. E as surpresas com certeza não vão parar por aí. Festivais como o "Coala Festival" marcado para os dias 17 e 18 de Setembro no Memorial da América Latina, e o estreante "Primavera Sound" que trará para São Paulo entre 31 de outubro e 06 de novembro, artistas como Gorillaz, Dua Lipa, Lorde,The Strokes entre outros, são alguns dos festivais que prometem abalar as estruturas.
Agora, expectativa, expectativa mesmo é para o festival dos festivais: o Rock in Rio, que com mais de 30 anos de história, volta para a Cidade do Rock de 2 até 11 de setembro de 2022 trazendo algumas das maiores estrelas e mitos do rock e da música mundial como: Iron Maiden, Justin Bieber, Demi Lovato, Guns N’ Roses, Coldplay, Dua Lipa e muitos outros.
Mas, o que todo esse entusiasmo reprimido trouxe de diferente? Bom, temos que reconhecer que alguns hábitos e comportamentos positivos adquiridos no decorrer da pandemia, se mantiveram ao fim dela. A vontade de experimentar vivências para além da música é um deles. E as marcas estão de olho nisso, tanto que, para cada festival, prepararam ações de brand experience inovadoras, como por exemplo a ação "Adiverse" no estande da Adidas no Lollapalooza, onde a marca ofereceu ações interativas e personalizadas tanto no mundo físico quanto no digital, como criação de avatares, customização de tênis e muito mais.
O mundo digital no mundo físico e vice-versa é também outra coisa que o resgate dos festivais deixou ainda mais em evidência. Uma indicação disso é a quantidade cada vez maior de influencers digitais sendo convidados para os camarotes vips e para interações com as marcas patrocinadoras - "As redes sociais modificaram a maneira como os eventos de música são consumidos e a participação dos influencers nessa divulgação "expontânea" tem se tornado cada vez mais fundamental" - comenta "Karina Sallum", coordenadora de negociações da Cely, agência especializada em marketing de influência.
Outra tendência que seguiu o embalo das lives durante a pandemia, é o surgimento cada vez maior de inovações digitais e novas formas de apresentar artistas e repertórios para o público. Um exemplo disso é o projeto "Vraau", onde as músicas são protagonizadas por personagens digitais 3D, em ações tanto no mundo físico quanto no digital, em realidade virtual e aumentada - "As novas tecnologias e plataformas digitais que surgiram nos últimos 2 anos têm possibilitado um novo mundo de atuação para os artistas e na música não podia ser diferente" - comenta "Fábio Leão", compositor, artista multimídia e idealizador do projeto.
Que o mundo e a música mudaram nesses dois anos de reclusão, é óbvio. O que ainda não dá para saber ao certo é qual o impacto que isso tudo terá no público depois que a poeira baixar e os ânimos voltarem ao normal. Aliás, será que o novo normal é mesmo tão normal como imaginamos? Ao que parece, não é não.
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